quinta-feira, 20 de novembro de 2008








Observo ... Cresce um misto de vontades ... o calor apodera-se de mim. Fazes-me sentir de novo, renasces em mim a mais intima das vontades, enquanto me limito apenas a olhar-te.







Uma vontade extravagante ... Nada mais importa para alem do nosso prazer ... Conta-me, segreda-me ... dá-me apenas prazer...
Deixa que as minhas mãos explorem a mais bela das vontades, por cada olhar que te lanço, bebo-te, provo-te ...






Sei o que de mim queres ... Que te alcance ... que o prazer te atinja ...
Atiças-me ... provocas-me ...
O prazer pulsa nas tuas veias. Consigo sentir o teu calor ...
Não são precisas palavras para traduzir as tuas vontades, os teus quereres ...
Desejas as minhas mãos , aquelas que exploram o teu interior, a minha língua que te prova o prazer, vontade nascida de ti, crescida pelo toque ... Vontade saciada no prazer ... entre gemidos e movimentos soltos ... a fome de Nós

Conhecemos-nos tão bem ...
Olhei-te, observei-te, admirei-te. Quase te consegui tocar, no teu mais intimo.
Provei-te ...
Senti-te ...
Porque me fascinas?

domingo, 16 de novembro de 2008


Deixava-se ir como ele lhe pedira ... crescendo todos os dias um bocado, matando interiormente tudo aquilo que crescera e se tornara para ela algo jamais indestrutível...mas no fundo o medo persegue-a. Sorri sempre que lhe dá na gana, com ou sem motivo reage ao que lhe roubaram, pensa que pode ser louca ... ao não conseguir reagir ao NÃO ... é o NÃO que mais despreza a face do planeta. Recorda todos os dias entre mãos suadas, frio na barriga entre um nó na garganta difícil de digerir, aquele rosto, de cara fechada, uma voz fria, um acenar de mãos grossas acompanhado por um NÃO dito, ainda antes de entender a que é que diz NÃO. Apenas lhe dava raiva, tristeza, com vontade de desistir da paciência, de inspirar fundo de ir embora enquanto num virar de costas lhe corriam as lágrimas, apenas enchia o peito de ar e limitava-se a dar mais um passo, um passo para o futuro, aquele que ele lhe sugeriu para que apanhasse assim que surgisse a primeira oportunidade . Apenas lhe perguntava :
- " E agora? Vais dizer NÃO a quê?"
- " Posso perguntar-te...?"
A resposta seria sempre...
- " NÃO! NÃO, NÃO..."
A partir daí seria sempre NÃO . O primeiro foi o mais decisivo, aquele que a fez desmoronar, os seguintes, apenas são palavras repetitivas ... e constantemente ditas de uma voz calma, gesticuladas por umas mãos grossas, reflectidas numa cara fechada, ditas por uma pessoa fria.
... mas lutava, e ....
- " Mas e ... "
- " NÃO! NÃO, NÃO "
- " E se eu ... "
- " NÃO! NÃO, NÃO "
... Apenas engole um suspiro reprime um soluço... apenas lhe passará por instante uma curta metragem de momentos e confissões, desabafos e devaneios Como poderia dizer NÃO a tudo o lhe transmitia felicidade, a tudo aquilo que lhe permitia ser o que na realidade é ? ... Como poderia dizer NÃO ... era proibido ... não existia ... era uma regra... Construiu-se um jogo, um jogo sentido, um jogo falado... o que resta agora ...
... pergunta-se ela todos os dias ...
- " Mas e tu ... Amas? "
- " NÃO sei, NÃO interessa, NÃO o saberás"
- " Mas ... um dia voltarás? "
- " NÃO! NÃO, NÃO"

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sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Nem que e tua partida fosse pra lá do fim do mundo, para lá do infinito ... Jamais esquecerei a força da tua importância .

quinta-feira, 13 de novembro de 2008



Um simples toque no interruptor pensaria ela que fosse o suficiente para apagar memórias recentes, vividas, sentidas . Pensava ela que no escuro encontraria um escudo para a defender da
dor da ausência, da ansiedade da saudade, da tristeza da perda...
O silêncio da noite, a tranquilidade da escuridão transmitia-lhe pensamentos breves, momentos de pura simplicidade, pensava que na troca da escuridão a noite lhe devolveria breves e inesquecíveis momentos. Encontrava uma posição para se defender do mínimo ruído que lhe pudesse matar aquele momento por que esperava todos os dias... o cobertor que a cobria, a almofada que a escondia o lençol que as lágrimas lhe enxaguaria ... juntava apenas os joelhos, escondia a cara por vergonha de mostrar ao escuro o quanto sofria ... mas de olhos cerrados sorria ! Ali vivera todos os momentos, bastava-lhe recordar para ganhar asas para voar, para que tudo fosse mágico. Continuava escondida, protegida ... com a mesma posição se mantinha, sossegada, apenas acompanhada pela respiração
ansiosa, tudo fazia para que o tempo não corresse de acordo com os momentos que já tinham desaparecido, que ela não acreditara de que o passado jamais ocuparia o presente. Persistente , permanecia de cara escondida , uma lágrima solta num sorriso dado em vão ela sentia um beijo eterno, um abraço apertado. Cerrava-os com mais força, num arrepio frio, num pedido de "preciso-te" ali sentiu um toque sentido quase em câmara lenta ... Permanecia a interrogação, do porque ser assim ... entre lágrimas e vazio, solidão e magoa ... era apenas a Saudade que permanecia num corredor escuro, comprido de paredes sujas e portas, muitas portas, de onde ela teimava em não sair da sala de espera, sem nunca pensar que foi passado, e que agora só lhe restava entrar numa dessas portas apenas onde lá poderia encontrar o baú dos sonhos.

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Caminho lentamente contra a ausência ... cada vez mais distante. O vazio ocupa lugar, o silêncio transtorna-me a cada minuto que nada sei , apodera-se o sentimento de nada ter, de que nada ficou. Ocupei-me do que não sou, saudades do que era e do que talvez nunca mais o venha a ser.
Não posso ... não devo ... não quero... companheiros assíduos, vícios, levam-me a esquecer a cada copo que bebo a cada cigarro que me acalma, forçam-me a soltar uma gargalhada embriagada, a uma piada sem graça a uma lágrima sentida .
Corro pelas ruas escuras, faz frio, acompanhada por assobios e por convites enojados, apresso-me para chegar rápido, quero entrar no meu canto,no meu refugio, onde ainda permanece o cheiro, onde ainda se ouvem os sorrisos, onde consigo ver num espelho invisível o que era o meu sorriso, o meu corpo a minha vontade os meus desejos a minha sede. Ainda se esconde aqui, entre paredes baixas ... faz-me companhia nas noites longas, nas horas que não passam,nas manhãs ruidosas que assinalam um novo dia, talvez até divida comigo a mesma almofada, onde teimo em segredar entre soluços soltos para que volte ...
Outro dia no calendário, mais um igual a tantos outros ... mais uma vez o cinzeiro esta cheio e o copo tombado ... o vazio permanece a ansiedade consome-me ...o cheiro acompanha-me o toque tranquiliza-me ... o meu imaginário é a minha distracção, o meu calmante a minha tranquilidade ... não me leva para mundos estranhos ou desconhecidos, mas sim me transporta para o passado ... para um mundo onde eu pertenci ... Ao teu !