quinta-feira, 18 de junho de 2009


Sabes um segredo?



Quando fores velhinho cuidarei de ti .



A minha táctica é olhar-te, aprender como tu és, querer-te como tu és . A minha é falar-te e escutar-te, construir com palavras uma ponte indestrutível. A minha táctica é ficar na tua lembrança, não sei como nem sei com que pretexto porém ficar em ti. A minha táctica é ser franco e saber que tu és franca e que não nos vendemos simulados para que entre os dois não haja cortinas nem abismos. A minha estratégia é em outras palavras mais profunda e mais simples.A minha estratégia é que um dia qualquer não sei como nem sei com que pretexto por fim me necessites.

Mario Benedetti


quinta-feira, 11 de junho de 2009




É fácil fazer um homem amar-te

... Põe-te nua à frente de um espelho, a seu lado
... Todos os delicados detalhes que o fazem sentir
homem e o teu único homem. Oferece-lhe tudo,
oferece-lhe o que faz de ti uma mulher, o perfume
do teu cabelo comprido, o doce almiscarado dos teus seios
... e todas as tuas infinitas
fomes de mulher...

Kamala Das

sábado, 6 de junho de 2009

Sinto um desejo faminto de que me possuas. Sem medo de me perder na vontade de te observar. Sem medos, sem vergonhas, levemente... toco-me.



Anaïs
Quando voltares vou dar-te um banquete literário de sexo – ou seja foder e conversar e conversar e foder. Anaïs, eu vou abrir as tuas entranhas. Deus me perdoe se esta carta alguma vez for aberta por engano. Não consigo evitá-lo. Quero-te. Amo-te. Tu és comida e bebida para mim, és todo o raio da máquina da vida, deitar-me em cima de ti é uma coisa, mas aproximar-me de ti é outra. Sinto-me unido a ti, um só contigo, pertences-me quer isso seja sabido ou não. Cada dia que espero agora é tortura. Estou a contá-los lentamente, dolorosamente. Mas vem o mais depressa que possas. Preciso de ti. Meu Deus, quero ver-te em Louveciennes, ver-te naquela luz dourada da janela, com o teu vestido verde do Nilo e o teu rosto pálido, uma palidez gelada como na noite do recital. Amo-te como tu és. Amo as tuas ancas, a tua palidez dourada, a curva das tuas nádegas, o calor dentro de ti, o sumo que sai de ti. Anaïs, amo-te tanto, tanto! Estou a ficar sem palavras. Estou aqui sentado a escrever-te com uma tremenda erecção. Posso sentir a tua boca macia fechando-se sobre mim, a tua perna apertando-me com força, voltar a ver-te aqui na cozinha levantando o vestido e sentando-te em cima de mim e a cadeira a andar pelo chão da cozinha, fazendo tamp, tamp.
Henry

Anaïs Nin - in Henry & June