segunda-feira, 24 de agosto de 2009



[photo of secret@]



Hoje fui buscar memorias recentes, hoje sorri-te com todo aquele verdadeiro sorriso. Hoje lembrei-te, lembrei as tuas palavras, aquelas que se entranham na minha pele e fazem com que te respire todas as manhãs, que te sonhe todas as noite, hoje ouvi-te dizer como me dizes tantas outras vezes, "O meu amor, o meu grande amor"... Hoje chorei-te, porque me apeteceu chorar, porque te pensei, porque te sorri porque te sinto falta. [Secret@]


Sim já sei que me queres,
sim já sei que te espanto.
Sim já sabes que vivo prisioneira
da tua recordação.
Sim já sabes que mantenho várias velas
acesas ao deus da esperança.
Se me ligas, a tua voz faz-me tremer
como se eu fosse uma folha.
Se te ligo, a tua resposta do outro lado
faz-me tremer como uma folha.
Sim já ambos sabemos que nem eu
nem tu podemos fazer nada.
Sim já é muito alguma coisa que fazemos,
sim já é um mundo inteiro
o montão de coisas que não fizemos.

E tu tão longe
e tão dentro de mim, tão invasivo.
E esta chuva
que ameaça dissolver toda a terra
e tornar tudo mar, o meu pesadelo.
E de repente todas as distâncias
se tornam infinitas,
como se só o louco mais malvado
as pudesse ter concebido.

Há alguém no mundo, não sei onde,
ou antes sei, mas prefiro esquecê-lo,
que me despe só com um olhar
e me sonha vestida de princesa.
Alguém com quem não posso resistir
a arder debaixo do duche.
Alguém com quem se torna inevitável
suar dentro de um iglu.

Choro quando não estás, suo contigo.
O suor e as lágrimas são iguais,
tenazes e salgados,
como o mar dos meus sonhos e o oceano
abissal dos meus pesadelos.
Não quero pedir demasiado, mas gostava
de suar um pouco mais e chorar menos.

Amalia Bautista


domingo, 16 de agosto de 2009


Não existe perguntas para te fazer , solto-te apenas o meu sorriso, aquele que só tu conheces, um sorriso largo de sonhos e segredos. Necessito fechar os olhos ... ao meu lado não te observo, sinto-te apenas. Desculpa de ser incapaz de abrir os olhos, é que os sonhos acabam sempre que os olhos se abrem. Quero amar-te de olhos fechados, sentir o toque da realidade, dizer-te em sonhos "Um dia, tens-me sempre que quiseres. E pedes para eu ficar e eu fico".
Queres que te conte como são os meus sonhos quando estou junta a ti? ... Lá eu também gosto de ti, e tu gostas de mim. E isso chega-nos.
(Secret@)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


Lentamente aproxima-se o momento de te abrir a porta, a porta que se abre para tudo aquilo que somos. As paredes que guardam todos os nossos segredos, as janelas que nos transmitem a calma e a paz, lençóis que nos realizam todos aqueles sonhos soltos, suados de paixão, desassossegados pelo desejo, insaciáveis na procura de nós.


Em quem pensar, agora, senão em ti? Tu, que
me esvaziaste de coisas incertas, e trouxeste a
manhã da minha noite. É verdade que te podia
dizer: "Como é mais fácil deixar que as coisas
não mudem, sermos o que sempre fomos, mudarmos
apenas dentro de nós próprios? "Mas ensinaste-me
a sermos dois; e a ser contigo aquilo que sou,
até sermos um apenas no amor que nos une,
contra a solidão que nos divide. Mas é isto o amor:
ver-te mesmo quando te não vejo, ouvir a tua
voz que abre as fontes de todos os rios, mesmo
esse que mal corria quando por ele passámos,
subindo a margem em que descobri o sentido
de irmos contra o tempo, para ganhar o tempo
que o tempo nos rouba. Como gosto, meu amor,
de chegar antes de ti para te ver chegar: com
a surpresa dos teus cabelos, e o teu rosto de água
fresca que eu bebo, com esta sede que não passa. Tu:
a primavera luminosa da minha expectativa,
a mais certa certeza de que gosto de ti, como
gostas de mim, até ao fundo do mundo que me deste.

Nuno Júdice