domingo, 1 de fevereiro de 2009


Silencias-me as palavras , sobram poucas as que nos ligam. Palavras proibidas que se calam,que sufocam na garganta que dão lugar aos sentidos. Procuro no toque a imaginação, o desejo.Desato as amarras, que me enforcam, quero-me sentir.
Quero ver através da escuridão o meu ar submisso, quero sentir o teu olhar insinuante. As minhas pernas distanciam-se, sem pressas, faminta, deslizo. Procuro na minha pele, entre poros suados de tesão, o sentir-te dentro de mim. Entre o sonho e o juízo, sinto-te... Entre a escuridão e a cegueira,toco-te... entre as palavras ditas e o silencio, peço-te...
Contorço-me entre as minha mão, soltando gemidos perdidos, escandalizando o vazio que me acompanha. Impossível revelar sensações, visivelmente deixo a minha essência escorrer sobre as minhas coxas. O tacto revela-me a tua língua onde bebes os meus restos, onde satisfeito te veste não tarda desapareces... Atada as amarras dos sentidos, sinto os teus passos entre a escuridão cada vez mais distantes, não distinguido se é a realidade ou a imaginação. No silencio das palavras, a visão que não te alcança, em delírio de não te escutar, a tristeza de não te ver... Espero-te!

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