domingo, 27 de setembro de 2009

[Photo of Secret@]

Há recantos escondidos entre o preto e o branco, deixo erguer a mente e os sonhos, os pensamentos e desejos fluem ... mergulho-me, delicio-me. [Secret@]


"Cada movimento empurrava o cabedal contra o meu clitóris e eu pensei que não ía conseguir conter o orgasmo, se aquilo continuasse.
Pedi-lhe para parar.
O meu rosto estava corado.
O pintor observava cada expressão de prazer que eu não conseguia controlar, e o prazer foi tanto que me abandonei ao prazer do cavalo, deixei-me roçar contra o cabedal até sentir o orgasmo e gozar, a cavalgar assim, à frente dele.
Só então percebi que isso era o que ele queria, que fizera tudo aquilo para me ver disfrutar."

Anais Nin - Passarinhos

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Frenético o vem, inquietante o toma-me, aquele jogo que nos seduz onde apenas ouvimos o leve sussurro do silêncio. Não importa o espaço, entregues ao tempo em lençóis frescos e soltos procuro-te num abraço... tomas-me com afecto.
Foi bom [Secret@]


Com um dedo, toco a borda da tua boca, desenhando-a como se saísse da minha mão, como se a tua boca se entreabrisse pela primeira vez, e basta-me fechar os olhos para tudo desfazer e começar de novo, faço nascer outra vez a boca que desejo, a boca que a minha mão define e desenha na tua cara, uma boca escolhida entre todas as bocas, escolhida por mim com soberana liberdade para desenhá-la com a minha mão na tua cara e que, por um acaso que não procuro compreender, coincide exactamente com a tua boca, que sorri por baixo da que a minha mão te desenha.
Olhas-me, de perto me olhas, cada vez mais de perto, e então brincamos aos ciclopes, olhando-nos cada vez mais de perto. Os olhos agigantam-se, aproximam-se entre si, sobrepõem-se, e os ciclopes olham-se, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam sem vontade, mordendo-se com os lábios, quase não apoiando a língua nos dentes, brincando nos seus espaços onde um ar pesado vai e vem com um perfume velho e um silêncio. Então as minhas mãos tentam fundir-se no teu cabelo, acariciar lentamente as profundezas do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de uma fragrância obscura.
E se nos mordemos a dor é doce, e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo do fôlego, essa morte instantânea é bela. E há apenas uma saliva e apenas um sabor a fruta madura, e eu sinto-te tremer em mim como a lua na água.

Julio Cortázar



quinta-feira, 3 de setembro de 2009



Não resisto em te desenhar no ar. Deito-me no teu sabor, acordo com a tua alma dentro de mim .
Sabes um segredo?
Amar-te loucamente é lindo. [Secret@]


...Eu não te posso esquecer... Ai! Porque não queres passar a vida inteira ao pé de mim?
Se me fosse possível... iria eu, sem guardar nenhuma conveniência, procurar-te, e seguir-te,
e amar-te em toda a parte...


Mariana Alcoforado - Cartas Portuguesa