
Caminho lentamente contra a ausência ... cada vez mais distante. O vazio ocupa lugar, o silêncio transtorna-me a cada minuto que nada sei , apodera-se o sentimento de nada ter, de que nada ficou. Ocupei-me do que não sou, saudades do que era e do que talvez nunca mais o venha a ser.
Não posso ... não devo ... não quero... companheiros assíduos, vícios, levam-me a esquecer a cada copo que bebo a cada cigarro que me acalma, forçam-me a soltar uma gargalhada embriagada, a uma piada sem graça a uma lágrima sentida .
Corro pelas ruas escuras, faz frio, acompanhada por assobios e por convites enojados, apresso-me para chegar rápido, quero entrar no meu canto,no meu refugio, onde ainda permanece o cheiro, onde ainda se ouvem os sorrisos, onde consigo ver num espelho invisível o que era o meu sorriso, o meu corpo a minha vontade os meus desejos a minha sede. Ainda se esconde aqui, entre paredes baixas ... faz-me companhia nas noites longas, nas horas que não passam,nas manhãs ruidosas que assinalam um novo dia, talvez até divida comigo a mesma almofada, onde teimo em segredar entre soluços soltos para que volte ...
Outro dia no calendário, mais um igual a tantos outros ... mais uma vez o cinzeiro esta cheio e o copo tombado ... o vazio permanece a ansiedade consome-me ...o cheiro acompanha-me o toque tranquiliza-me ... o meu imaginário é a minha distracção, o meu calmante a minha tranquilidade ... não me leva para mundos estranhos ou desconhecidos, mas sim me transporta para o passado ... para um mundo onde eu pertenci ... Ao teu !
4 comentários:
Ao que parece, tudo começa aqui - neste post...
E aqui confesso (que) gostei de te descobrir...
Vou voltar!
Abraça-te
É verdade!
Tenho voltado e gostado...
Abraça-te
O som... sempre muito bom, muito bem 'cuidado'...
Gosto que comeces pelo inicio ...
... intriga-me
Secret@mente ... abraço-te
Tudo tem um início...
...anseio por um novo texto (teu)...
...por uma nova música.
abraça-te
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