sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Desejo dar-te a mão, apenas receber o calor, a força da presença de estares aqui. A existência do corpo em contactos leves, a caricia entre o teu cabelo, o cheirar da tua pele ... tornam-se aliadas da carência, traduzem entre os dedos o silencio da saudade, inquietas pela tua pele, fome do teu odor deixado em tempos em que cruzávamos os dedos e juntávamos as linhas da vida...
Dá-me a mão...
... toca-me, torna-me dependente de cada partícula de suor deixada pela minha pele. Aperta-me a cada momento de fraqueza e não me deixes partir . Toca-me suavemente antes de dormir, pelo rosto cansado da espera...
Anda ... Dá-me a tua mão...
... não te vejo, apenas sinto para além do toque. O seres invisível torna-se inquietante, sinto-te ... as tuas mãos, sim as tuas mãos!
...Desces lentamente, atravessas o calor da ausência ... reencontras o caminho até mim. Celebro em arrepios, deliro em murmúrios ...
Dá-me a mão ...
Escreve na minha pele a linguagem do desejo, grava com as tuas mãos a tradução para a continuidade do imaginário, a imaginação abre-me o caminho, leva-me ao teu encontro, dos atalhos desconhecidos, da vontade apetecida...
Dá-me a mão...
...deixa que te leve a boca o meu sal. Que te transmita em toques quentes a imensidão da minha sede. Anda, que fico quieta, acalma a minha ânsia na ausência do sono, toca-me apenas levemente, acalma-me, não vás! Toca-me ... que o sentir transmite-me ... o calor do teu corpo, a ternura das tuas mãos, os teus desejos e as minhas vontades...
... dá vida ao imaginário, não deixes que me deixe sozinha, não te escuto, nem te vejo, apenas te sinto...
Anda... não me largues a mão...

1 comentário:

Anónimo disse...

Não te largo a mão e não sei porque tanto te desejo,sem te conhecer.A vida é surpreendente.Um local mágico onde a fantasia e a realidade tantas vezes se consumam...António