sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Abre-se a cortina. Invades o meu espaço com a tua imagem, silenciosamente acaricias-me por dentro, passeias pelo meu corpo, estimulas o meu interior. Os olhos observam o pulsar do meu coração, tocas nos meus sentimentos em actos de pudor. Observas o meus sonhos, encostaste na espera da minha essência, entre movimentos tresloucados de puro desejo de nós. Não se torna invisível a vontade, não me canso de me sentir observada, invadida, desejada. Anseio, intensamente os impulsos dos nossos corpos, observados pelo branco da parede, acompanhados pelos ruídos tenebrosos de uma vida para la do branco,para lá de uma janela fechada, uma vida normal que teimamos em fugir. Não me estranho, não sou estranha, sou diferente... és uma parte que me completa, somos feitos de nada, somos amantes de tudo. Não me escondo, ofereço-me ao teu encontro, procuro entre o teu corpo o meu ninho de prazer, danço entre as tuas curvas suadas. Grito, molhada e amordaçada no silencio dos nossos corpos, onde a visão dá lugar a um presente e cai no esquecimento o passado. Esqueço os sorrisos de crianças, envolvo-me na personagem de mulher possuída à arte da dança corporal. Vagueio pela minha pele adormecida, na companhia de um fantasma despido, que te atreves a invadir as paredes das minhas entranhas. Tornas-te confortável, num vulto real somos fantasma um do outro, penetramos nas mais belas fantasias, saciamos os corpos, matamos desejos, transformamos-nos em fantasmas vivos.

"Os seus olhos...é impossível descrever os seus olhos, a não ser dizer que eram os olhos de um orgasmo."

Anais Nin

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