terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Acorda em sobressalto, apenas pensa num bocado de carne, bocado esse que a leva á estúpida manifestação desespero através dos olhos. Observada pelo nada, nada esse, cheio de ódio e amor, atordoada pela cheiro que por ali habita, tenta recompor-se ... tapar a ferida, que com a boca lhe arrancaria um pedaço da vida.
É excessivo, é abusivamente irreal mas ela sente-o ali ... é a doce dor do querer, a ressaca do dependente como se de opio se tratasse ... falta-lhe o fumo, na ausência dos sinais .

Precisava de algum encantamento, como se fosse uma canção de embalar , adormecer bastava-lhe para voltar ao mundo dos normais, aqueles que com a força superam o inevitável.
Aqueles que com vontade se amam a si próprios. Perguntou ao silêncio do porquê amar, apenas lhe responde:
- Não amas .
-Ele já não é um corpo... ... é já só um vulto.
-O que pensas ser desejo... ... é cansaço.
-Descansa!


... Descansarei!

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