quarta-feira, 14 de janeiro de 2009


Desço rumo ao sul , tento adormecer e esquecer que mais uma vez te deixei para trás . Trago o teu cheiro nas minhas mãos, acompanhas-me em mais uma viagem para um presente ausente. Ao fechar os olhos sinto-te novamente, como se ainda te estivesse a sentir entre as minhas pernas, como se pudesse ainda sentir o teu corpo suado, ouço-te num grito interior de prazer, de gemidos contidos .
O teu olhar pela manhã, exausto ... as tuas meias palavras apologistas do silencio, o teu ar calmo tranquilizante. Quero-o outra vez !
Poderia ser logo ali, estava ansiosa de te sentir, faminta de ti , cansada da ausência... Desejava que me apertasses forte. Não desejava que os sonhos se tornassem realidade, pois já tiveram o seu tempo de vida, morreram com o passar dos dias, queria o teu corpo apenas, roubar dele todo o desejo, sentir toda a sua força, procurar o teu sabor, sentir as tuas mãos ... viajar pelo teu tesão!
O olhar-te mexe comigo, impossível não me entregar as tuas ordens, não obedecer as tuas vontades. Refugias as tuas mãos dentro de mim, sentes o meu fervor e a vontade de tanto te dar a provar o meu suco, peço-te mais... quero que faças de mim a tua serva.
Vontades que me preenchiam ... impossível controlar todo nosso desejo , entre suores trocados peço-te para que me possuas ... sinto o teu calor dentro de mim num solto gemido de dor. Queria que aquele momento não acabasse, pedi para que continuasses ferozmente, que me preenchesses de dor e de prazer . A cada movimento teu sentia-te cada vez mais, as tuas mãos que me apertavam, a força com que a desejo. Sofria, sentia, implorava, por mais ... O meu corpo tremia, o desejo tornava-se incontrolável, poderia cair o mundo, mas naquele momento estava preenchida, sentia-me desejada ao olhar-te, ao ver o quanto te compreendo e o quanto te conheço ... nada importava a não ser o meu, o teu, o nosso prazer.
Adoro o teu sexo, venero o teu corpo. Não me canso de explorar cada pedaço, conheço o teu cheiro, inesquecível o teu sabor ... deixo que os sentidos tomem conta de mim, atrevo-me a servir-te a dar-me como se de um banquete de sexo se tratasse.
- Com mais força.
- Queres minha vaca?
- Mais mais mais ...
... Damos a conhecer ás paredes o quanto nos satisfazemos, alcançamos o prazer ... objectos que nos observam e silenciam os nossos gemidos, livros que testemunham o prazer dos corpos . Gostamos, assumimos o quanto veneramos o sexo...
Prazeres que agora ficam para trás, vontades que se tornam em dias de espera ... recordações que guardo no meu corpo onde ainda consigo sentir o teu cheiro.Agora só me resta a memoria, fechar os olhos e descansar!


“Se me ama como diz, deve assinar o texto anexo, acrescentando-lhe algumas palavras para confirmar que aceita todas as minhas condições e que dá a sua palavra de honra de ser meu escravo até o seu último suspiro. Prove que tem coragem de se tornar meu marido, meu amante - e meu cão.’ ‘(…) Dou minha palavra de honra de ser o escravo de Madame Wanda de Durajew sob suas condições e de me submeter, sem resistência, a tudo o que ela me impuser”


Bernard Michel - SACHER-MASOCH

1 comentário:

Anónimo disse...

Prova-me que tens coragem de te tornares a minha puta...