
Sinto a falta das tuas mãos. Anda, toca-me...
Só tu sabes o efeito que elas me transmitem.
Em CRIANÇA vivia no mundo da fantasia, abanava a saia mostrava as cuecas e não era acusada de oferecida, jogava ao berlinde e algumas vezes desejei ter pilinha, só para não ser chamada de Maria Rapaz. MENINA ... a descoberta um achado as maravilhas do que é ser MULHER.Ser MULHER é um mistério ... ... Dá tudo que pode ... tudo o que deve ... e tudo o que sabe. Já fui CRIANÇA, não deixo de ser MENINA e descubro-me a cada dia com MULHER.

Há uma vontade não descoberta no prazer da visão. Há uma sensação vivida na clareza de um toque. Há a ausência de um apetite feroz de te observar... Há apenas desejos, vontades, segredos nossos.
Desejo dar-te a mão, apenas receber o calor, a força da presença de estares aqui. A existência do corpo em contactos leves, a caricia entre o teu cabelo, o cheirar da tua pele ... tornam-se aliadas da carência, traduzem entre os dedos o silencio da saudade, inquietas pela tua pele, fome do teu odor deixado em tempos em que cruzávamos os dedos e juntávamos as linhas da vida...
Existem livros ultrapassados, lidos e relidos, guardados e amontoados na estante como deposito de poeira. Alguns tornam-se marcantes outros nem tanto. Cada letra tem o seu significado, cada frase a sua importância, há paginas difíceis de virar, historias difíceis de ultrapassar, memorias de letras juntas, de palavras escritas, frases contidas. Livros que não traduzem os sentidos... que bloqueiam as historias, que confundem memorias. Procuramos respostas em rimas indecifráveis, procuramos a continuidade da sobrevivência sem letras sem palavras sem frases. Além de uma simples pagina de papel, tornou-se numa pagina sentida, traduzida num efeito carnal, onde alguns trechos mais marcantes da historia se tatuam na pele, onde nos impede de uma viragem, onde nos nega o fim da historia! Poderia ser um livro onde me mostrasse os sonhos, onde me perderia nos labirintos da historia, sem nunca encontrar uma saída para o fim.






